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Entrevista a José Manuel Sanmartim Bouças, Martinho, combatente do Exército Guerrilheiro do Povo Galego Ceive.
Ato de espalhamento das cinzas do Martinho em Augas Limpas, base operativa do EGPGC, da que Martinho foi responsável no ano 1988.

FALECE O COMBATENTE GALEGO JOSÉ MANUEL SANMARTIM BOUÇA “MARTINHO”

Publicado no blogue do CS a Revolta, 11/11/2010

http://agal-gz.org/blogues/index.php/revolta/2010/11/11/falece-o-combatente-galego-jose-manuel-sanmartim-bouca-martinho

 

Na manhá do dia 10 acaba de deixar-nos o companheiro José Manuel Sanmartim Bouça conhecido por todos e todas nós como ?Martinho?. Home bom e generoso onde os houver. Combatente a vida ou morte pola independência nacional deste País.

Nascido em Fene, milita no nacionalismo galego desde jovem e concentra na sua pessoa um abano de virtudes que é pouco comum encontrar reunidas numha mesma pessoa: singelo, generoso, inteligente, entregado absolutamente aos demais, franco, humilde, combativo…

Será essa profunda humanidade a que leve este trabalhador da Bazán de olhada cristalina e sorriso doce a incorporar-se desde jovem à luita nacionalista na AN-PG e a INTG e, com o tempo, assumir os compromissos mais altos no combate ilegal contra a opressom nacional. Correm tempos de reconversom industrial e evidenciam-se os efeitos da integraçom da Galiza na CEE. As convulsons no País refletirám-se também no campo nacionalista.

Martinho incorpora-se ao Exército Guerrilheiro do Povo Galego Ceive (EGPGC) desde os seus começos. Detido numha tentativa de expropriaçom bancária para o financiamento da luita ilegal independentista, ingressa na cadeia sob a condiçom aparente ?delinquente comum?. Será em 5 de Fevereiro de 1987 quando no processo que se celebra na Audiência Provincial da Crunha contra ele, Manuel Chao do Barro e Jaime Castro Leal que anuncie publicamente a sua militáncia no EG e seja expulso da sala entre berros de Viva Galiza ceive! Umha recente ?reportagem? da TVE destinada à intoxicaçom anti-independentista imortaliza esse momento em que o nosso companheiro, punho em alto, é desalojado por vários polícias.

Tempo depois, sae em liberdade para incorporar-se à clandestinidade num compromisso independentista em que assume todas as consequências. Em Maio de 1988 é capturado de novo no Canhom do Sil junto a outros militantes do EG que se refugiaram na Ribeira Sacra para fugirem da vigiláncia policial. Torturado, ingressa de novo em prisom onde permanece durante 8 anos nos centros de extermínio de Pereiro de Aguiar, Herrera de la Mancha e Alcalá-Meco. Ali Martinho é activo militante no combate da repressom carcerária, participando em chapeios, greves de fame, etc.

De volta ao País, participa nas Juntas Galegas pola Amnistia (JUGA), colabora com a Fundaçom Artábria e alenta o desenvolvimento dumha nova geraçom de independentistas que se incorpora à luita através da AMI. A sua naturalidade e humildade converterám-no rapidamente em referência para toda essa geraçom que tivo o privilégio de compartilhar a sua presença e ouvir o seu conselho sempre humilde.

Ciente da necessidade de unidades independentistas amplas, participa inicialmente no Processo Espiral (2001), mas, com um significativo contingente de militantes, abandona 4 anos depois a organizaçom resultante do processo desde posiçons críticas com a sua linha política e prática social. Incorpora-se assim nesse ano ao colectivo independentista Espaço Irmandinho. Desde 2007 participa e colabora com a iniciativa popular autodeterminista Causa Galiza desde as comarcas da Marinha e Trasancos entre as que repartia o seu tempo.

Praticante da solidariedade na sua dimensom mais ampla, Martinho contribue também com o organismo popular anti-repressivo Ceivar, participa nas Marcha pola Liberdade para reivindicar a repatriaçom e a excarceraçom d@s pres@s independentistas e fai parte nos últimos anos das listagens de visitas carcerárias dumha nova geraçom de presos e presas independentistas que, como ele no seu dia, conhecem hoje o cárcere e a dispersom.
A sua perda deixa-nos um vazio e umha ausência impossíveis de encher. Umha ausência ainda impossível de acreditar quando pensamos a luita e o país sem a sua presença. Martinho foi, é e será para todos e todas nós um exemplo luminoso desses homes e mulheres nos que cristaliza a decisom de ser de todo um povo.

Alguém dixo um dia de chuva, quando despediamos a Ramom Muntxaraz, que o ceu da Galiza chorava polo Moncho. Hoje, esse mesmo ceu, e muitas e muitos de nós, choramos porque nos deixa um dos melhores.
A nossa melhor homenagem, reproduzir o seu exemplo.

Até sempre, companheiro!

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Homenagem Martinho Fundaçom Artábria: Intervençom de Ernesto Lopes

 

Homenagem Martinho Fundaçom Artábria: Intervençom de Pim Patinho

Discurso da Fundaçom Artábria polo X Cabodano. 1º aniversário da sua morte.

Leitura de Pim Patinho (Transcriçom)

Carta de Africa Leira e Begonha Caamanho

Irmás, irmaos

Ainda que estamos fisicamente longe da Terra, os nossos pensamentos transitam hoje os mesmos pensamentos que os vossos, e os nossos coraçons nom querem, nom podem estar esta noite noutro lugar.

Martinho é em presente, sempre em presente. Mais que um referente inequívoco na luita pela libertaçom do país. Martinho é um agasalho de vida. Conhece-lo foi umha fortuna, ama-lo um privilegio. A sua bondade arropou-nos, a sua amizade guiou-nos, a sua entrega liberou-nos. O seu sorriso, o seu abraço som serám sempre trincheira aberta, refúgio certo, bandeiras imorrentes que alumeam a nossa luita.

Hoje desde esta Terra afastada, e tam próxima que se reivindica e construe em constante revoluçom, sentimos os seu alento mais perto, mais vivo o seu latejar.Nel cabiam , cabem Marulanda e Bolivar, Martí e Evo, e todas e cada umha das que aqui alçam a voz e berram: todas somos Chávez.

Nele a raiva do indio Nigale quando se alçou contra os conquistadores espanhóis, a tenrura que se expressava em carragem no machete de Tupac Amaru.

Martinho Ho Chi Minh, Martinho Che, Martinho Angela Davis, Martinho Martinho

Nele resumesse também a humanidade toda, e toda a entrega absoluta pola dignidade e a liberdade. Há um ano que nos achamos orfas do seu sorriso, do seu abraço mas nom. Mas nom estamos sem ele o seu exemplo permanece, a sua luita continua, o seu amor ainda nos abraça. Martinho vive e assi o proclamamos. As pessoas que luitam até o fim nunca som derrotadas nem a morte pode vencer a quem tanto amou. Nom há esquecimento possível para tanta honestidade e entrega.

Perdoade esta interrupçom desde terras bolivarianas e perdoade sobretodo a nossa torpeza e incapacidade para expressar todo o que Martinho nos inspira e todo o que representa. Permitide-nos, tam só, desde esta terra que se constroe em socialismo e tem capacidade para sonhar-se, alcemos também os nossos copos e brindemos com vós porque tam ricas e livres nos fijo

Camarada Martinho presente!

Desde Chichiriviche, República Bolivariana de Venezuela, com todo o nosso amor e compromisso, com toda a rebeldia e toda alegria com que Martinho nos amou.